"Não vou engrossar a lista de desempregados"
Como é que vai ser hoje [a conversa decorreu às 12.00]?
O João Maia Abreu pediu-me, e eu aceitei, ficar numa situação de [subdirectora] interina. Tenho estado a tratar da peça do Freeport, que vai para o ar esta noite [ontem]. Estamos - a Ana Leal, o Carlos Enes e eu própria - a tratar disso.
Já falou com a administração da Media Capital?
Não.
Quem é que a vai substituir?
A Patrícia [Matos]. É uma pivô nova porque todos os outros se recusaram. Não é que ela tenha gosto, mas alguém tinha de apresentar. Ela é uma pivô da TVI 24, não tem ainda uma ligação grande. Fiz questão de falar eu com ela, para não se sentir incomodada. Falei eu, o João [Maia Abreu] e o Mário Moura. Ela vai fazer um jornal normal. Ninguém substitui ninguém.
O que é que vai fazer agora?
Estou à espera que me digam Não vou para o desemprego engrossar a lista de meio milhão de desempregados deste país. Sou casada, sim, mas vivo do meu trabalho e preciso do salário. O trabalho é um bem fundamental.
Recebeu mensagens de apoio da oposição? De Sócrates está claro que não receberia.
[Pausa] Eu não quero falar sobre isso. Só quero fazer informação. Tenho muita pena que se confundam as coisas. Tenho pena que se politize o meu trabalho. Desafio qualquer jornalista digno desse nome a não fazer notícia de histórias complicadas sobre quem quer que seja que tenha responsabilidade política. Não há uma única coisa do Jornal Nacional de 6.ª Feira que tenha sido desmentido. Tudo o que transmitimos é documentado. Estou farta disto. De um país em que o primeiro-ministro se sente incomodado com um jornal. Não me parece que nenhum político se tenha sentido incomodado. Mas se calhar nenhum tem tanta história para contar.
Já sabe o que vai acontecer?
Não vamos ficar muito tempo como interinos. Mas não é a mim que me vão dizer. Se não me disseram da suspensão, vão dizer-me o que vai acontecer... Sou quase a última a saber!